Saturday, July 3, 2004

A hora da partida soa quando

Escurece o jardim e o vento passa,

Estala o chão e as portas batem, quando

A noite cada nó em si deslaça.



A hora da partida soa quando

as árvores parecem inspiradas

Como se tudo nelas germinasse.



Soa quando no fundo dos espelhos

Me é estranha e longínqua a minha face

E de mim se desprende a minha vida.



Sophia de Mello Breyner Andresen





No comments: