Wednesday, November 17, 2004



Olha, as coisas

Estão cortadas ao meio,

De um lado elas

Do outro o seu nome.



Há um vasto espaço entre elas,

Espaço para correr,

Para a vida.



Olha, tu estás cortado ao meio.

De um lado tu,

Do outro o teu nome.



Não sentes às vezes ou no sonho

Ou à margem do sonho,

Que na tua fronte

Assentam outros pensamentos,

Sobre as tuas mãos

Outras mãos?



Só por um instante foste compreendido

Fazendo o teu nome

Atravessar o teu corpo,

De um modo sonoro e doloroso,

Como o badalo de bronze

Através do vazio do sino.





Marin Sorescu



No comments: