Tuesday, May 9, 2006

nas horas em que as mãos insistem em ter frio
está no meio da casa
com os dedos a recortar o ar
o calor por vezes não passa de um cigarro perdido no vazio

é sempre tarde para conhecer todas as palavras que abandonam a pele

nada habita o que só a mulher repete
talvez o tempo seja este espaço a
esfregar os olhos

quando as palavras contornam as sombras
fechar os olhos ao deixado para trás

apetece-lhe dizer: estou aqui
a tentar brincar com fósforos
a retirar saudade do que da chama queima

sem me queimar


Maria

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7 comments:

Anonymous said...

Obrigada pela partilha.

Anonymous said...

Maria :)

Anonymous said...

ah fadista!



«o calor por vezes não passa de um cigarro perdido no vazio

é sempre tarde para conhecer todas as palavras que abandonam a pele

nada habita o que só a mulher repete
talvez o tempo seja este espaço a
esfregar os olhos»

o poema é todo bonito, gostei especialmente desta parte :)

Anonymous said...

gostei muito.disse-me muito.

Anonymous said...

o calor por vezes não passa de um cigarro perdido no vazio.

ouch. :/

Anonymous said...

gosto muito dos teus poemas, Maria. este é lindo, fica guardado à sombra :)

Anonymous said...

Muito estranho! Já tinha deixado um comentário mas desapareceu :(
Dizia que a minha frase preferido de um poema todo ele bom era esta:
«é sempre tarde para conhecer todas as palavras que abandonam a pele». Espantosa!

Bjs