Sunday, December 30, 2007

BONHANHO
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Saturday, December 29, 2007

Tired and wired we ruin too easy sleep in our clothes and wait for winter to leave

Thursday, December 27, 2007

tradução caseira da lebre

(...)
É um vento que diz:
Não se pode sair duma casa vazia.
Tudo o que alguma vez aconteceu
acontece para sempre.



Benjamin Prado


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Wednesday, December 26, 2007

Que aconteceu, voltas a perguntar-me. Nada, volto a responder-te.
A resposta que tenho já te havia dado. O resto, que me perdi das palavras nestes últimos dias, que me perdi de mim e não sei por que passos poderei regressar, como explicar-te?


Jorge Roque


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Tuesday, December 25, 2007

Cair de gotas

Não sei, olha, terrível como chove. Chove que se farta, densa e tristemente, gotas enormes e duras contra a varanda, que fazem “plaf” e se esborracham como bofetadas uma após outra que chatice. Aparece agora uma gotinha no alto da janela, periclitante contra o céu que a destrói em mil brilhos apagados, cresce e oscila, parece que cai mas não cai, não há meio de cair. Agarra-se com unhas e dentes, não quer cair, e a barriga vai-a aumentando, é agora uma gota que incha majestosa e de repente “zup” ela aí vem, “plaf”, desfeita, nada, uma viscosidade no cimento.
Mas há as que se atiram e suicidam imediatamente, aparecem na goteira e daí se mandam, creio ver a vibração do salto, as pernitas que se soltam e o grito que as embriaga nesse nada de cair e aniquilar-se. Tristes, redondas inocentes gotas. Adeus gotas. Adeus


Julio Cortázar

Monday, December 24, 2007

o meu primeiro single de Natal
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Sunday, December 23, 2007

boas festas
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Bom Natal

Thursday, December 20, 2007

Os pés calcam o berço à procura
da ruína do teu corpo.
Ao longe as vozes
ensinam o peso da lama:
a paixão deve plantar-se fora das estações
nas montanhas ardidas
debaixo do coração.



Catarina Nunes de Almeida



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Wednesday, December 19, 2007

Tuesday, December 18, 2007

Ambiente da casa, dos cafés, do bairro
que vejo e percorro: ano após ano.

Criei-te de alegrias e tristezas:
de tantas circunstâncias, tantas coisas.

E já não és senão como te sinto.



constantino cavafy



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Monday, December 17, 2007

É mais que certo: não sinto a tua falta.
Fiquei a tarde toda a arrumar os teus papéis,
a reler as cinco cartas que me foste endereçando
na semana que perdemos: tu no Alentejo,
eu debaixo de água. Fui depois regar as rosas
que deixaste no quintal. Sempre só e sem
carpir o meu estado (porque não me fazes falta),
pus o disco da Chavela que me deste no Natal
e comecei a preparar o teu prato preferido.
Cozinhar fez-me perder o apetite; por isso
abri uma garrafa de maduro e não me custa
confessar-te que não sinto a tua falta.
Por volta das dez horas, obriguei-me a recusar
dois convites pra sair (aleguei androfobia)
e estou neste momento a recortar a tua imagem
(não me fazes falta) nas fotos que possuo de nós dois,
de maneira a castigar com o cesto dos papéis
a inábil idiota que deixou que tu te fosses.




José Miguel Silva



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Saturday, December 15, 2007

este blog está em obras.
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Friday, December 14, 2007

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Thursday, December 13, 2007

À entrada da (…) alma um letreiro exausto batia: vende-se, aluga-se, oferece-se.


João Luís Barreto Guimarães


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Wednesday, December 12, 2007

Reflexões:

1.ª- para os outros eu não era aquele que, para mim, tinha até então julgado ser;
2.ª- não podia ver-me viver;

3.ª- não podendo ver-me viver, permanecia estranho a mim mesmo, ou seja, alguém que os outros podiam ver e conhecer, cada qual à sua maneira, e eu não;
4.ª- era impossível colocar-me diante desse estranho para o ver e conhecer, eu podia ver-me, mas não vê-lo;
5.ª- para mim o meu corpo, se o observava de fora, era como uma aparição, uma coisa que não sabia que vivia e ficava ali, à espera que alguém pegasse nela;
6.ª- tal como eu pegava no meu corpo para ser, por vezes, como me queria e me sentia, também qualquer um podia pegar nele para lhe dar uma realidade à sua maneira;
7.ª- finalmente, aquele corpo, por si mesmo, era de tal forma nada e de tal forma ninguém que um fio de ar podia, hoje, fazê-lo espirrar, amanhã, levá-lo consigo.




Luigi Pirandello



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Tuesday, December 11, 2007

organizei tudo o que queria guardar do corpo
foi difícil habituar-me a cada dia
tantas vezes sobrevivi com passos inseguros
metade de mim ainda vacilava

quando descalça acrescentava vento aos esboços
que desenhei em vão

do outro lado da rua havia espaço
e eu ia soletrando portas


Maria Sousa



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Monday, December 10, 2007

Mapa de Anatomia: O Olho


O olho é uma espécie de globo,
é um pequeno planeta
com pinturas do lado de fora.
Muitas pinturas:
azuis, verdes, amarelas.
É um globo brilhante:
parece cristal,
é como um aquário com plantas
finamente desenhadas: algas, sargaços,
miniaturas marinhas, areias, rochas,
naufrágios e peixes de ouro.
Mas por dentro há outras pinturas,
que não se vêem:
umas são imagens do mundo,
outras são inventadas.
O olho é um teatro por dentro.
E às vezes, sejam atores, sejam cenas,
e às vezes, sejam imagens, sejam ausências,
formam, no olho, lágrimas.



Cecília Meireles


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Friday, December 7, 2007

Rouxinooool
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Thursday, December 6, 2007

VOO

É a finitude que enternece
Enverga as asas do corvo e da pomba
derrama no rio a tua dor
afaga a penugem da penumbra



Teresa Balté


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Wednesday, December 5, 2007

Minto-me. Sou um rasgo de impudor.
Represa vazia, muita água. Está
a começar a esquecer-me, diz-me
que o esqueça, que
esqueça todo o dia, o longo dia,
por isso penso: esquece.
Lenço rasgado, uma algibeira, uma gare
de comboios vários em que
alguém chora. Ainda bem
que não sou eu a que amontoa
gotículas de constituição salina na cara.
Eu esqueço.


Concha García


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Tuesday, December 4, 2007

Estou a ver a casa e estou a ver-me nela:
confusamente embora as portas ao fechar-se
fazem cair-me as pálpebras, suas noites de Inverno
são só meus pés frios, é carne desta carne
ou eu sou pedra dela e ela é como casca
diminuta em meu bolso e eu como uma caixa
já vazia de chá em seu ventre de barco.

Mas é a minha casa, ou a casa que eu tive,
Onde escolher maças para adoçar-me a boca
E andar pelos armários com a boneca partida
Até ao armário partido com portas catedrais
Que guardavam o estrume para outras sementeiras.



María Victoria Atencia



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Monday, December 3, 2007

É na penumbra que os animais aprendem a olhar-se.
Os olhos seguindo o vento de dentro
a vertigem da esquina depois da pele.
Deixo o peito descalço para que me ceifem às cegas.
Na penumbra aprende-se o peso luminoso dos dias.




Catarina Nunes de Almeida



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antónio aqui tens os meus cinco filmes

The Pillow Book


If...


The Night Of The Iguana


In the Mood for Love & 2046




Touch of Evil


mas não me posso esquecer nem do

Eternal Sunshine Of The Spotless Mind


nem do Dolls


e muito menos do Velvet Goldmine


e depois de ter escolhido os meus filmes, passo a batata quente à marta e ao nuno, ao senhor do 15den, à jone e à ana c