Friday, August 29, 2008

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Thursday, August 28, 2008

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Wednesday, August 27, 2008

mais uma tradução caseira

Não temas o silêncio quando já não há palavras
nas tuas mãos.




Elizabeth Azcona Cranwell



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Tuesday, August 26, 2008

Estou no meu quarto. Deitada na minha cama. A luz está acesa. Oiço música. Penso em ti mas não é em ti. É um tu abstracto porque a tua ausência é uma lesão incurável que se imaterializa com o tempo. Por fim adormeço. Quando acordo de manhã sinto-me feliz por ter conseguido dormir


Ana Hatherly



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Monday, August 25, 2008

Debruça-te para o interior do meu vazio. Nenhum rosto, nenhum pensamento, nenhum gesto inútil. Nenhum desejo - porque o desejo precisa de um rosto. E no lugar daquele que partiu acende-se a noite.



Al Berto



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Saturday, August 23, 2008

On the last good day of the year.....
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Thursday, August 21, 2008

A quem deixar o meu guarda-roupa oculto
o guarda-roupa fantasma
de todos os vestidos
que tive e que me abandonaram
os vestidos
que nunca tive e que vesti em segredo
O vestido que veio demasiado cedo
e que nunca me caiu bem
o vestido
que chegou já tarde
para ir à festa
quando eu já tinha adormecido

O vestido de criança
tão igual ao vestido
da primeira boneca
O da menina com o corpete já estreito
que apertava os seios doendo-lhe em casulo
O da adolescente que pressentia o homem
ladrão de túnicas na sesta sufocante

O vestido esquecido
da mulher que sob a sombra
do homem eclipse ocultou-se uma noite
e amanheceu como a lua cheia
surpreendida pela luz na metade do céu

O vestido de guerra rasgado
como bandeira
da mãe partida em dois
para sentir-se inteira

O vestido de luto que não levei para os meus
mortos
que ainda vivem

Os vestidos que alguém me emprestou para sonhar

...Quando chegar a morte também será um vestido
que não verei porque estarei a dormir.



Josefina Plá



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Wednesday, August 20, 2008

quando as memórias estiverem frias
por falta de vontade de fugir ao vazio

como quando fechas os olhos com força
e não consegues encontrar respostas

as imagens são pontos mal definidos
pelo cigarro aceso

quando as janelas
nos devolvem o peso da solidão

talvez seja tarde para pensar em regressos



maria sousa




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Tuesday, August 19, 2008

Aos poucos um corpo, como diz o outro,
vai ficando sozinho, bate com as portas,
recua e recua. Quando dá por isso,
já não sabe dançar, conta as estações
pela volta do correio. Assim se começa
a olhar para trás, por cima do ombro,
pegando nas coisas pelo lado mais fraco.
Pagamos o preço de querer dissecar,
fibra por fibra, em prol da ciência,
o músculo baixo, descoordenado,
a que chamamos ai coração ai.



José Miguel Silva



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Monday, August 18, 2008

Vou falhando as pequenas coisas
que me são solicitadas.
Sentindo que as ciladas
se acumulam cada vez que falo.
Preferi hoje o silêncio.
A ausência de equívocos
não é partilhável.
No inegociável deste dia,
destituo-me de palavras.
O silêncio não se recomenda.
Deixa-nos demasiado sós,
visitados pelo pensamento.




Luís Quintais



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Sunday, August 17, 2008

O momento mais sensato para deter o mar é quando o mar já partiu



Emily Dickinson



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